DANT - Dissertações de Mestrado

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    Glicemia capilar casual e fatores associados em mulheres indígenas do município de Dourados, MS, Brasil
    (2014) Freitas, Glênio Alves de; Souza, Maria Cristina Corrêa de; Lima, Rosangela da Costa
    Para contribuir com a epidemiologia das doenças crônicas não transmissíveis na população indígena, realizou-se um estudo transversal com as mulheres indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru do município de Dourados, MS, Brasil, cujo objetivo foi determinar a prevalência de glicemia casual alterada. Foram investigadas 385 mulheres com idade entre 18 e 59 anos. Foram excluídas mulheres não indígenas que residiam nas aldeias e gestantes. A coleta de dados ocorreu entre junho a outubro de 2013 e um questionário padronizado foi utilizado para coletar informações sobre o nível socioeconômico, demográfico, hábitos de vida, medidas antropométricas (peso, estatura, circunferência da cintura), pressão arterial e glicemia capilar casual. Para análise estatística foi utilizado o teste Kruskall Wallis e Mann Whitney para comparação das medianas e a associação entre a glicemia capilar casual e as variáveis através do modelo linear generalizado. A prevalência de glicemia casual alterada foi de 3,6%. A mediana de glicemia foi de 106 mg/dL. O uso de medicamentos para DM foi referido por 5,5% das mulheres. Dentre as mulheres que apresentaram glicemia casual alterada, 42,8% não faziam uso de medicações para DM. A glicemia capilar casual esteve alterada em 38,1% das mulheres que faziam uso de medicamentos para DM. No modelo linear generalizado a glicemia capilar casual esteve associada á idade e ao uso de medicamentos para DM. A prevalência de glicemia capilar casual alterada foi superior ao da população indígena nacional. Os resultados demonstram a necessidade de acompanhamento desta população indígena, com o objetivo de prevenir a ocorrência de distúrbios metabólicos.
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    Efetividade de vacinas contra a hospitalização por doença respiratória aguda baixa em crianças indígenas Guarani menores de cinco anos no Sul e Sudeste do Brasil
    (2014) Santos, Lalita Paiva; Cardoso, Andrey Moreira
    Mundialmente as infecções respiratórias agudas (IRA) figuram entre as principais causas de morbimortalidade em crianças menores de 5 anos. As IRA são ainda mais relevantes entre as crianças indígenas Guarani desse grupo etário, nas quais a proporção de hospitalização por doenças do aparelho respiratório correspondeu a 77,6% e a taxa de mortalidade específica por IRA em menores de 5 anos foi 20 vezes maior do que para não indígenas. As vacinas correspondem a uma das principais estratégias mundiais na redução da morbimortalidade de crianças menores de 5 anos. Este trabalho utilizou o banco de dados de um estudo caso-controle sobre fatores de risco para hospitalização por doença respiratória aguda baixa (DRAB) em crianças indígenas Guarani menores de cinco anos residentes em 83 aldeias do sul e sudeste do Brasil para investigar a efetividade das vacinas contra a hospitalização por DRAB. Objetivo: Analisar a efetividade das vacinas presentes no calendário vacinal indígena (2007-2008) na prevenção da hospitalização por DRAB. Método: O desfecho do estudo foi definido como hospitalização por DRAB. A efetividade foi analisada segundo as seguintes situações vacinais da criança: estar vacinada para uma dada vacina com efeito biológico específico contra agentes etiológicos de IRA (Tetravalente = DTP + Hib; Influenza ou Pneumocócica 23-valente); estar vacinada para conjunto das vacinas com efeito biológico específico contra agentes etiológicos de IRA (tetravalente, influenza e pneumocócica 23-valente); estar vacinada para o conjunto das vacinas contra os agentes etiológicos de IRA, além de vacinada contra sarampo (SCR) e varicela; e estar vacinado com todas as vacinas recomendadas para a idade presentes no calendário vacinal indígena. Foram utilizados dois critérios para avaliar a adequação vacinal: ter recebido pelo menos uma dose da vacina recomendada para a idade (EV1) e ter recebido todas as doses da vacina recomendada para idade (EV2). A efetividade das vacinas foi ajustada pelo conjunto das variáveis retidas no modelo multivariado final de determinação das hospitalização por DRAB nas crianças Guarani (renda estável per capita domiciliar, numero de moradores no domicílio, localização do fogo principal, idade materna, peso ao nascer) (Modelo final 1). Um segundo ajuste foi feito considerando também a o recebimento ou não das demais vacinas sem efeito biológico específico contra agentes etiológicos de IRA (Modelo final 2). Resultados e Discussão: As efetividades vacinais encontradas após ajuste pelos modelos finais 1 (EV1) e 2 (EV 2) foram: tetravalente (EV1:-40%; EV2:33%); influenza (EV1:46%; EV2:-52%); pneumocócica 23-valente (EVbruta:27%); conjunto das vacinas com efeito específico contra agentes etiológicos de IRA (EV1:22%; EV2:11%); conjunto das vacinas com efeito específico contra agentes etiológicos de IRA + sarampo + varicela (EV1:26%; EV2:49%); todas as vacinas do calendário vacinal indígena (EV1:46%; EV2:56%). Todos os resultados não foram estatisticamente significantes. Conclusão: São necessários mais estudos sobre vacinas com populações indígenas, buscando superar algumas potenciais limitações encontradas neste estudo, que poderia justificar a ausência de efetividade das vacinas, tais como: baixo poder do estudo; baixa qualidade dos imunobiológicos, baixa especificidade no diagnóstico do desfecho; desconhecimento sobre os padrões de circulação dos agentes etiológicos antes e após a introdução das vacinas.
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    Política de atenção à saúde bucal indígena: Do modelo à prática dos serviços ofertados aos Xetá/PR
    (2012) Sanchez, Carla Martins; Silva, Carmen Lucia da
    Esta Dissertação é fruto da pesquisa desenvolvida durante o Mestrado em Saúde Coletiva, que teve por objetivo conhecer e analisar a organização e oferta dos serviços de saúde bucal disponibilizados aos Xetá, pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, DSEI Interior Sul e DSEI Litoral Sul. Nela procuro apresentar como vem sendo organizados os serviços de saúde bucal disponibilizados aos Xetá, como estes serviços vem sendo ofertados a essa comunidade, quais os principais problemas de saúde bucal apresentados por eles bem como os procedimentos e encaminhamentos realizados junto aos Polos Base responsáveis e, finalmente, se existe uma política de saúde bucal voltada especificamente a essa comunidade de sobreviventes, povo que foi brutalmente retirado do seu território tradicional invadido pelas frentes de colonização cafeeira na década de 1950. Os sujeitos da pesquisa foram os gestores e profissionais de saúde, um médico e dois dentistas, que prestam atendimento às populações indígenas dos distritos em questão, inclusive aos Xetá. Busco trazer para essa dissertação as similaridades e as diferenças entre o ‘modelo’, descrito nos documentos do Ministério da Saúde, e a ‘prática’, exercida no âmbito das comunidades indígenas. Nesse sentido foi possível perceber, através da pesquisa de campo, que os princípios da atenção diferenciada, tão bem elaborados nos documentos oficiais, ainda não são uma realidade na formação de equipes multiprofissionais para atuarem em situações multiculturais, sendo este um dos fatores que reafirma a situação de invisibilidade dos Xetá, que vivendo como agregados em terras Kaingang ou Guarani, “recebem a mesma atenção” que é destinada a esses dois povos, e que tampouco existe uma política de atenção em saúde direcionada às diversidades etnoculturais.
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    Correlação entre o índice de dependência de nicotina e lesões de mucosa oral nos índios Guaraní Kaiowá/Nandeva
    (2007) Lamers, Fernando; Melo, Nilce Santos de
    O objetivo da presente pesquisa foi avaliar o índice de dependência de nicotina, utilizando o índice de dependência de Fagerström, examinar as condições da mucosa oral e correlacionar os índices obtidos entre os índios Guarani Kaiowá/Nandeva, moradores da aldeia Bororó, localizada muito próxima à cidade de Dourados (MS). A amostra constou de 312 indígenas, todos maiores de 20 anos, que procuraram o atendimento odontológico no posto de saúde, de modo que, a cada dois pacientes atendidos, um foi convidado a participar da pesquisa. A aplicação do questionário e o exame clínico da mucosa foram realizados após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, de acordo com a legislação brasileira. Os pacientes, baseados em auto-declarações, foram distribuídos em quatro grupos: fumantes, exfumantes, não fumantes e fumantes passivos. Além disso, foram selecionados por faixa etária. Dos 312 índios entrevistados, 80 pertencem ao sexo masculino e 232 ao sexo feminino. O estudo demonstrou que 24,68% (77) dos entrevistados são fumantes, o que corresponde a 41,25% (33) dos homens e 18,97% (44) das mulheres. A aplicação do teste de Fagerström mostrou que 36,36% (28) possuem um elevado grau de dependência de nicotina. O estudo encontrou 406 alterações patológicas, mas somente 55 casos (14,4%) foram considerados como lesões propriamente ditas. As lesões mais prevalentes foram: estomatite nicotínica, 24 casos (6,32%); fibroma, 5 casos (1,32%); doença de Heck, 5 casos (1,32%); leucoplasia, 9 casos (2,37%) e ulceração, 12 casos (3,16%). Do mesmo modo, foram encontradas 187 variações da normalidade. As variações da normalidade mais prevalentes foram: pigmentação melânica, 53 casos; grânulos de Fordyce, 48 casos (25.87%), e língua fissurada, 41casos (21,93%). Utilizando-se um intervalo de confiança de 0,005 e aplicando o teste exato de Fischer, estatisticamente significante foram os casos de leucoplasia, estomatite nicotínica e grânulos de Fordyce. O mesmo teste não demonstrou diferença estatística para o índice de dependência de nicotina e a prevalência das lesões Os resultados encontrados apontam para a necessidade de mudanças na abordagem da saúde oral indígena que hoje é voltada exclusivamente para o tratamento reabilitador. Como apontam os números deste trabalho, é fundamental que o cirurgião-dentista realize um exame clínico detalhado que possibilite estabelecer o diagnóstico e tratamento de lesões orais nas várias categorias: inflamatórias, reacionais, infecciosas, pré-malignas e malignas; participe do planejamento dos serviços odontológicos de forma a respeitar e incorporar a cultura local, e assuma a prevenção e tratamento ao tabagismo
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    Estudo de caso de uma família indígena Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul com alta prevalência de suicídio
    (2011) Vick, Fabiane De Oliveira; Grubits, Sonia
    O suicídio entre os indígenas Guarani-Kaiowá localizados em Mato Grosso do Sul, Brasil, apresenta elevadas taxas se comparadas aos maiores índices já registrados nacional e internacionalmente. Compreender tal fenômeno vem sendo um grande desafio aos profissionais envolvidos com essa questão. Dessa forma, esta pesquisa objetiva identificar os aspectos psicossocioculturais relacionados com o suicídio a partir de um estudo de caso de uma família indígena de Mato Grosso do Sul com alta prevalência de suicídio. Para tanto, realiza-se um levantamento sociodemográfico atingindo 31 membros dessa família extensa, que apresenta 7 casos de suicídio, a fim de conhecer as condições sociais e econômicas em que esta se insere. Realizam-se também 7 entrevistas de autópsia psicológica com familiares próximos do suicida, para investigar quais as intenções, os determinantes e o contexto psicológico da vítima que se suicidou. Os participantes deste estudo pertencem à etnia Guarani-Kaiowá da Aldeia Bororó situada no município de Dourados, MS. A análise dos dados e relatos obtidos demonstra que as causas para o fenômeno do suicídio indígena são multifatoriais. Quanto às questões de ordem psicológicas observa-se a fragilidade emocional, tristeza profunda, decepções amorosas, conflitos familiares, baixa autoestima, frustrações, entre outros. Referentes aos aspectos sociais e econômicos evidenciam-se precárias condições de sobrevivência que perpassam pelo comprometimento de algumas necessidades básicas como alimentação, moradia, emprego e geração de renda e que afetam a perspectiva e qualidade de vida dessa população. Por fim, por meio dos relatos, identifica-se a existência de aspectos culturais como a crença de feitiço realizado contra a vítima, tornando-a vulnerável. Dessa forma, infere-se que os aspectos psicológicos, sociais e culturais se inter-relacionam e se complementam para a efetivação do ato suicida
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    Prevalência do Tracoma no Parque Indígena do Xingu
    (1994) Mörschbächer, Ricardo; Scarpi, Marinho Jorge
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    Excesso de peso e paridade em mulheres indígenas em Dourados, MS
    (2015) Kian, Kauhana Oliveira
    O excesso de peso tornou-se um problema de saúde pública mundial e as estimativas indicam expansão desse agravo em todos os grupos populacionais. Em relação à saúde da mulher, o sobrepeso e a obesidade influenciam de forma peculiar desde a pré-concepção, gravidez e puerpério. Acrescido a este fato, verifica-se a mudança do perfil epidemiológico da população indígena no Brasil, com diminuição de doenças infecciosas e incremento nas taxas de doenças crônicas. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a associação entre excesso de peso e o número de filhos em mulheres indígenas no município de Dourados, MS. Realizado estudo transversal de base populacional, com amostragem aleatória simples de mulheres indígenas entre 15 e 49 anos na reserva indígena de Dourados. Foram excluídas gestantes. A coleta de dados ocorreu entre junho e outubro de 2013, totalizando 399 mulheres pesquisadas quanto a variáveis sóciodemograficas, estilo de vida, saúde e dados antropométricos. Constatou-se alta prevalência de excesso de peso (65,6%), sendo 37,3% de sobrepeso e 28,3% de obesidade. Contudo, não houve associação entre excesso de peso e paridade. Já o uso de contraceptivo hormonal e faixa etária mostraram associação com sobrepeso e obesidade quando controlados para fatores de confusão.
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    Emergência da síndrome cardiopulmonar por Hantavírus em Mato Grosso: aspectos epidemiológicos e clínicos durante o período de 1999-2010.
    (2011) Terças, Ana Cláudia Pereira; Santos, Marina Atanaka dos; Espinosa, Mariano Martinez
    O presente estudo tem por objetivo descrever as características de um surto ocorrido no Parque Indígena do Xingú e determinar fatores relacionados com a morbidade e mortalidade pela Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH), ocorrida no Estado de Mato Grosso (Brasil), desde 1999 a 2010. A partir da análise de características clínicas e epidemiológicas, buscou-se predizer, por meio de modelagem estatística, a freqüência de casos de hantavirose nos anos de 2011 e 2012. Trata-se de um estudo constituído de fonte de dados secundários: de 100% das fichas de notificação de casos com sorologia positivas e de relatórios de investigação do surto, imagens e fichas de notificação/investigação arquivados na área técnica da Vigilância da Hantavirose da Secretaria do Estado de Saúde de Mato Grosso. As análises estatísticas foram realizadas no SPSS versão 15.0, sendo que as análises estatísticas bivariada e multivariada de mortalidade foram realizadas pelo teste do qui-quadrado. Os dados espaciais foram construídos no Terra View 3.14 e para modelagem de predição de casos da SCPH utilizou o modelo de Holt-Winters. O trabalho está apresentado em três artigos. No primeiro artigo analisou-se um surto de SCPH ocorrido no Parque Indígena do Xingú. No segundo artigo, foram utilizadas as técnicas estatísticas bivariadas e multivariadas para identificar os fatores que tiveram significância estatística para o óbito por SCPH em Mato Grosso. Já no terceiro artigo, utilizou-se a técnica inferencial de séries temporais para prever o número de caso de SCPH nas regiões médio norte, extremo norte e para o Estado de Mato Grosso nos anos de 2011 e 2012. Concluiu-se que a ocorrência de um surto em área indígena em Mato Grosso, suscita a necessidade de discussões sobre ações de vigilância em saúde, bem como estudos para a população indígena brasileira que reside em áreas de circulação de hantavírus. A utilização de análises bivariada e 3 multivariada para a identificação de significância estatística para óbito por SCPH em Mato Grosso mostrou-se um recurso importante na compreensão da ocorrência da morbi-mortalidade pela SCPH. O resultado da modelagem estatística de séries temporais mostrou que o modelo de Holt-Winters é o mais adequado para realizar as predições a curto prazo e que tais predições poderão auxiliar no planejamento das ações da vigilância da SCPH em Mato Grosso.
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    Saúde reprodutiva das mulheres Akwe-Xerente: uma perspectiva intercultural
    (2014) Rodrigues, Kárita Segato; Silva, Joana A. Fernandes
    Este trabalho teve como objetivo acessar, compreender e interpretar a questão da saúde reprodutiva das mulheres Akwẽ-Xerente, considerando, sobretudo, o campo da saúde não em exclusiva perspectiva biomédica, mas, fundamentalmente, no âmbito sociocultural que o perpassa, verificando a existência de um momento de intersecionalidade entre o dito universal e o particular, apontando para uma perspectiva intercultural. Foi dada ênfase às questões da gestação, parto e puerpério das Akwẽ, considerando não só o acesso e o atendimento aos/ dos serviços de saúde, mas também as percepções e as particularidades desse Povo sobre esse assunto. Trata-se de uma pesquisa que utilizou do método etnográfico combinado a procedimentos qualitativos e que foi realizada na aldeia Salto Kripré na Terra Indígena Xerente-TO. Os resultados deste estudo poderão contribuir para melhorarem as ações de cuidado à saúde reprodutiva de mulheres indígenas, sobretudo das Akwẽ-Xerente, no sentido do respeito às suas especificidades
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    Perfil nutricional e metabólico de adultos do povo Kawaiwete (Kaiabi) da aldeia Kwarujá, Parque Indígena do Xingu, Brasil
    (2017) Haquim, Vanessa Moreira; Franco, Maria Do Carmo Pinho
    ntrodução: As doenças metabólicas têm sido uma das principais causas de morbimortalidade em países desenvolvidos e em desenvolvimento. No entanto, ainda são escassos os estudos que avaliam a ocorrência de doenças como diabetes tipo II, hipertensão, dislipidemias e outras desordens metabólicas associadas à obesidade no campo da saúde indígena. O número crescente do surgimento dessas doenças torna-se motivo de preocupação na medida em que eles indicam uma nova realidade entre os povos indígenas. Objetivo: Avaliar o perfil nutricional e metabólico de adultos indígenas do povo Kawaiwete que habitam a aldeia Kwarujá do Parque Indígena do Xingu no ano de 2013. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo transversal, de base populacional, realizado a partir de dados secundários disponibilizados pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Xingu (Mato Grosso - Brasil), e de banco de dados obtido por meio de fichas médicas e relatórios técnicos disponibilizados pelo Projeto Xingu, programa de extensão da Universidade Federal de São Paulo. Foram avaliados 62 indígenas (33 mulheres e 29 homens) maiores de 19 anos da etnia Kawaiwete no ano de 2013. Para o estudo atual foram analisadas as frequências de estado nutricional, composição corporal (por meio do aparelho de impedância bioelétrica modelo tetrapolar) e fatores de risco cardiometabólicos. A síndrome metabólica foi determinada pela presença de pelo menos três dos seguintes componentes: obesidade central, níveis pressóricos elevados, hipertrigliceridemia, baixo HDL-colesterol e intolerância à glicose. Para a análise estatística, utilizou-se o programa SPSS® (versão 22). Resultados: Do total dos 62 indígenas avaliados identificou-se em 25,8% a presença de síndrome metabólica. Em relação ao perfil nutricional e de fatores de risco cardiometabólicos, 35,5% apresentaramsobrepeso, 4,8% obesidade, 24,2% níveis pressóricos elevados, 25,8% pré-diabetes, 29,0% LDL-c elevado, 67,7% HDL-c reduzido e 17,7% hipertrigliceridemia. Em comparação aos homens, as mulheres apresentaram pior perfil cardiometabólico no que se refere à presença de obesidade central (31,0% vs.81,8%, p=<0,001), tolerância à glicose diminuída (4,8% vs.17,7%, p=0,031), LDL-colesterol elevado (13,8% vs. 42,4%, p=0,013) e à média do percentual de massa adiposa (16,5±6,1 vs. 26,7±6,3, p=<0,001). Apesar de não haver diferença estatisticamente significativa, as mulheres apresentaram 33,3% de síndrome metabólica, enquanto os homens apresentaram 17,2%. Os resultados mostraram que todos os indígenas que possuíam a síndrome apresentaram obesidade central, porém nem todos tinham IMC elevado, portanto, a medida da circunferência abdominal se apresentou um melhor parâmetro do que o índice de massa corporal (IMC) para identificar o perfil de risco cardiometabólico nessa população. Observou-se que, entre os indígenas, o IMC, a circunferência abdominal e o percentual de massa adiposa também se associaram de forma direta com a presença síndrome metabólica, enquanto que o percentual de massa muscular de forma indireta. Na análise de regressão múltipla, essas variáveis persistiram correlacionadas de forma independente de sexo e idade com a síndrome metabólica. Conclusão: O presente estudo possibilitou a identificação de uma população que se encontra com um risco cardiometabólico elevado, sendo o sexo feminino o grupo mais comprometido. Esforços devem ser empreendidos no sentido de compreender melhor os determinantes dessa situação de saúde e de controlar os fatores de risco para esta população.
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    Prevalência e fatores associados à pressão arterial elevada no povo indígena Xukuru do Orubá, Pesqueira-PE,2010
    (2013) Barbosa, Jessyka Mary Vasconcelos; Moreira, Rafael da Silveira
    Doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo e a pressão arterial (PA) elevada e um dos seus principais fatores de risco. As mudanças no estilo de vida das populações indígenas parecem contribuir para uma transição no perfil epidemiológico com emergência de doenças cronicas não transmissíveis, como a PA elevada. Diante disso, objetivou-se verificar a prevalência de PA elevada e seus fatores associados no povo indígena Xukuru do Ororuba, Pesqueira-PE. Para tanto, realizou-se um estudo transversal no povo Xukuru com idade igual e superior a 18 anos. Os dados relativos as variáveis sociodemograficas, econômicas e comportamentais foram coletados através de questionário estruturado. A PA foi medida duas vezes utilizando tensiometro digital profissional. Aqueles que apresentaram PA sistolica .140 mmHg e/ou PA diastolica .90 mmHg e/ou sob utilização de medicamento anti-hipertensivo, foram considerado com PA elevada. A analise dos dados foi efetuada com a utilização dos programas SPSS para Windows (versao 16) e Stata versao 10.1. O efeito de fatores estudados sobre a PA elevada foi estimado por meio de regressão de Poisson simples e as variáveis que apresentaram p0,25 foram selecionadas para as analises múltiplas, seguindo um modelo hierarquizado para entrada das variáveis, considerando um nível de significância de 5 por cento. A prevalência de PA elevada foi de 29,9 por cento. Os fatores associados a PA elevada após ajuste foram: aqueles nas faixas etárias mais avançadas, 30-39 anos (RP)